Fala pra ele do disco do Tom Jobim

não sei se pela lactose do queijinho de manhã, ou por você ter costurado um casulo dentro do meu estômago, mas aquele velho nó na garganta voltou, uma mãozinha que parece que me puxa do abismo em que eu estou prestes a cair. a mesma mãozinha que parece que me diz "esquece isso, seu quarto com as paredes pintadas de amarelo, é mais confortável que aquele coração cor-de-burro-quando-foge". É que eu acho que preferia que você fosse fã do Bolsonaro, curtisse um pagodinho, fosse todo hétero top, ou tivesse um verdinho no dente. Qualquer desculpa pra me fazer fugir dessa bagunça que parece ser o seu coração. Mas logo eu que sempre disse que a bagunça do meu quarto me inspirava -ironia você ser de virgem- mas talvez pelo mesmo motivo, eu já tenha levado uma tinta cor de rosa choque pra pintar essas suas paredes tão brancas (e limpas) e uma manta pra me aconchegar aí no teu peito e fazer textinhos tão ridículos quanto esse {covardia esse cheiro de incenso}. A bagunça do teu coração me inspira tanto quanto a bagunça do meu quarto. Já era.